"Quase uma donzela, acercou-se trêmula -
Dos supremos êxtases do Canto e da LIra veio
e, brilhando claramente através de seus véus primaveris
aninhou-se em meu ouvido, onde fez seu leito,
e dormiu em mim. Tudo estava no seu sono:
as árvores que me encantavam, a fascinante atração
das distâncias mais remotas, os profundos prados,
e tôda magia que me inundava.
Dentro do seu sono, o mundo. Vós ó deus cantante,
como a haveis aperfeiçoado para que não desejasse
o despertar? Vêde! Eis que se ergue e dorme.
Onde está sua morte?"
Rainer Maria Rilke,
Sonetos a Orfeu
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