9 de out. de 2009


Uma noite paulistana...
Carros aceleram no asfalto semi molhado pela garoa... videogames, pizzas e luxúria in vitro. Os últimos ônibus denunciam o início/ nascer da madrugada... Nem sequer faz frio para que meu corpo gele e assim eu possa sentir de forma concreta e carnal que não sou um mero fantasma perambulando pelas calçadas vazias da megalópole desinteressada.. Nem calor. Alías, calor algum...
Quase que invisível, transparente, já não sou parte da paisagem urbano apocalíptica... Isso tudo bem que poderia ser uma cena/ cenário e filme futurista classe B da década de 80...
Talvez somente o que poderia me aquecer nessa noite preâmbulo de fim de ano seriam um par de olhos bem de frente sem pudores/ temores, cílios, lábios, carícias, cumplicidades inatas e fantasias divinas irrompendo dimensões afora...
Mas, nesse universo cinza, esfumaçado, anônimo e alienado, as ruas não são aconchego, as dádivas são recebidas com desconfiança, tudo é tão formatado, que se foge à regra mesquinha da necessidade, já se torna surreal, inconfiável, fantasioso, inacreditável, metafísico até, transcendental mas marginal, amedrontador pela afronta à covardia ignorante do sentido prático superficial...
D. TUCCI

7 de out. de 2009

Jungle
Dan Tucci

2 de out. de 2009


"Sobretudo, o trabalho árduo converteu-se numa virtude, em vez da maldição que sempre foi proclamada pelos nossos remotos ancestrais... Os nossos filhos deviam ser preparados para criar os filhos deles de modo que não tivessem que trabalhar como uma necessidade neurótica. A necessidade de trabalhar é um sintoma neurótico. É uma muleta. É uma tentativa para que nos sintamos valiosos, embora não exista uma necessidade particular de trabalharmos."

C. B. Chisholm, Psychiatry, Vol. IX, N. 1 (1946), pág. 31.