19 de mar. de 2010

essas tardes de horário de verão são intermináveis
a de hoje, por sinal, se arrasta grudenta como uma lesma largando uma faixa de baba
de rastro inerte

[é meus caros amigos, nesse momento é
necesário muita fé, coragem
e principalmente cautela]

acima de 30 graus
o sol frita os desassombrados
martelando o fundo da rua
do carvalho afora

[estarão perfurando uma linha pontilhada
tipo, destaque você mesmo?]

moradores e transeuntes habituais
se perguntam
emoldurados pelas guias e janelas
vai acabar em barranco?

se é pra acabar, então que seja em carnaval!
tento evitar mais um bastonete cancerígeno consumido
por sorte um vento refrescante balança a cortina
quarto melância
fervura máxima

pensando bem, que exploda!

bela como a chuva de verão
breve e intensa

revolução!
porque tenho escrito porcas linhas com breves
fregmentos de parca inspiração
frenético, canábico, um casulo
fervendo e tostando em super calor
sem praia
50 km do mar
5 metros do rio
ah parahytinga
o que fazem com tua beira?
literalmente estão cagando e andando
escavando e amassando
decepando tudo que é planta
em nome da reconstrução da cidade
do "momento excepcional em que vale tudo

vomita neles de novo, parahytinga!
ok, já arrancaram a lama e o odor
pútrido
da cidade
mas o ar continua carregado

o melhor a fazer é: roça
vida é vida
não é o estereótipo babaca da novela
vida é real, está acontecendo agora mesmo e
não se sabe até quando! portanto
viva!
minhas células enxarcadas de thc
sem nicotina. deglutindo toda e qualquer larica
absorvendo
ou melhor
assimilando
a nova ordem factual

só o que é verdadeiramente firme há de permanecer de pé...

a história caminhou bem mais rápida nesse ponto
acelerou o p´rocesso evolutivo, na linha temporal
e ficamos atordoados pela realidae anômala

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acordo de frente pro sol
banho, café, jasco
letras
(vinte e algo de janeiro)
os cachorros ..... noite afora
aeronaves rompendo o ar com seu som
os latidos fazem eco

hoje caminhei e subí por trás da montanha de frente
pra cidade
com o mato, o barro, o céu, e todo o invisível
depois o chão distorcido (?)
entre a passarela e a escola
as paredes ainda conservam a marca barrenta
do ápice da enchnte mega histórica
que transformou por uns dias
parahytinga city em um aquário lamacento.

gritas de que o alto cruzeiro já rachou
e vai rodar despencando
das ladeiras afora
houveram e há
surreal
a água vinha em ondas, naquele penúltimo degrau
de escadarias da igreja matriz
e subia
a praça, toda inundada, casarões e tal
no centro o coreto, quase todo coberto
nesse momento já estávamos em outro espaço tempo
aquela era a praça mítica agora

prestes a rachar e despencar
os paus a piques
com a força da água, correnteza
assim
slp saiu do eixo...
transmutou-se a uma nova dimensão

o planeta está em transe
a natureza está arrebentando tudo mesmo por aí