14 de ago. de 2008

NOS GROTÕES DA IMENSIDÃO

Quase na total escuridão.
Não há postes de iluminação públicos, talvez duas ou três janelas acesas na rua e todo céu infinito. Apenas ouvem-se vozes sobrepondo-se nas casas, latidos de cães ao fundo. Aparentemente sem som de TVs, mas distante um barulho estridente e contínuo, uma massa sonora que meu bom-senso percebe que não se trata de uma carnificina e sim algum toca-discos em volume altíssimo, ao longe, violentando a natureza sonora ambiental.
Não há lua nesta noite, o céu é todo das estrelas . Elas e todas a s formas de luzes piscando e varando o breu. Aqui mais embaixo, de vagalumes.
Estou sentado neste banco de madeira na rua de terra, a algum tempo. horas, dias, meses, anos...
Gansos começam a grasnar na casa um pouco ao lado, violentamente.
Em seguida um número infinito de pintinhos começam a piar incessantemente e há também patos, galinhas , passarinhos e todos parecem querer participar desses evento sonoro, é uma sinfonia anárquica.
[Tem luzes de todos os tipos atravessando o céu]
Tudo se aquieta até que os cães novamente se põem a experimentar romper o silêncio.
[Sou só ouvidos]
Na casa em frente, atras de um portão de ferro um cão enorme late na minha direção. A parca luz da casa do outro lado da rua projeta uma gigantesca sombra do cachorro, definindo suas orelhas e formas de lobo/pastor.
Quase ou mesmo totalmente imerso no ambiente envio uma mensagem telepática para o cão, que se aquieta, atento aos sons da vizinhança.
[De dia haviam helicópteros, voando baixo]
[Começa a ficar frio, ergo a gola da jaqueta, mas não me incomoda]
Enquanto o astro rei dava sua graça estive até o fim da trilha, e certamente havia mais além.





Por D.T.

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